Nunca ninguém sabe se estoulouco para rir ou para chorar…
Por isso o meu verso temesse quase imperceptível tremor…
A vida é triste, o mundo é louco!
Nem vale a pena matar-se por issoNinguém por ninguém!
Por nenhum amor…
A vida continua, indiferente!
Mario Quintana
Há dias em que tudo incomoda,até um sorriso (ironico ou não) irrita...
É quando se mais precisa de compreensão é que te dizem a verdade,e essa dói muito quando dita por alguem especial...
Então é a hora da reclusão,estou partindo mas levo comigo coisas boas...e volto já!
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
É assim que te quero, amor,assim, amor, é que eu gosto de ti,tal como te vestes e como arranjas os cabelos e como a tua boca sorri, ágil como a água da fonte sobre as pedras puras, é assim que te quero, amada.
Ao pão não peço que me ensine,mas antes que não me falte em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde vem nem para onde vai,apenas quero que a luz alumie,e também não peço à noite explicações,espero-a e envolve-me,e assim tu pão e luz e sombra és.
Chegastes à minha vida com o que trazias,feita de luz e pão e sombra, eu te esperava,e é assim que preciso de ti,assim que te amo,e os que amanhã quiserem ouviro que não lhes direi, que o leiam aqui e retrocedam hoje porque é cedo para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas uma folha da árvore do nosso amor, uma folha que há-de cair sobre a terra como se a tivessem produzido os nosso lábios,como um beijo caído das nossas alturas invencíveis para mostrar o fogo e a ternurade um amor verdadeiro.
Pablo Neruda
Ao pão não peço que me ensine,mas antes que não me falte em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde vem nem para onde vai,apenas quero que a luz alumie,e também não peço à noite explicações,espero-a e envolve-me,e assim tu pão e luz e sombra és.
Chegastes à minha vida com o que trazias,feita de luz e pão e sombra, eu te esperava,e é assim que preciso de ti,assim que te amo,e os que amanhã quiserem ouviro que não lhes direi, que o leiam aqui e retrocedam hoje porque é cedo para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas uma folha da árvore do nosso amor, uma folha que há-de cair sobre a terra como se a tivessem produzido os nosso lábios,como um beijo caído das nossas alturas invencíveis para mostrar o fogo e a ternurade um amor verdadeiro.
Pablo Neruda
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
O amor é uma companhia
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se não a vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Alberto Caeiro
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se não a vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Alberto Caeiro
(...e o fato é, estar amando ou seria 'estou' amando?!...)
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Maneira de amar
O jardineiro conversava com as flores, e elas se habituaram ao diálogo.
Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio.
O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza.
Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria.
Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam.
Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na ocasião devida.
O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma.
E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho.
Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude.
A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem.
“Você o tratava mal, agora está arrependido.”
“Não”, respondeu, “estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. É a minha maneira de amar, ele sabia disso, e gostava.”
Carlos Drummond de Andrade
Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio.
O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza.
Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria.
Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam.
Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na ocasião devida.
O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma.
E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho.
Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude.
A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem.
“Você o tratava mal, agora está arrependido.”
“Não”, respondeu, “estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. É a minha maneira de amar, ele sabia disso, e gostava.”
Carlos Drummond de Andrade
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Moinho
Você é um avião e eu sou um edifício
Eu sou um abrigo e você é um missil
Eu sou a mata e você é a moto-serra
Eu sou um terremoto e você a Terra.
*
O nosso jogo é perigoso, menina
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gasolina.
*
Você é o fósforo e eu sou o pavio
Você é um torpedo e eu sou um navio
Você é o trem e eu sou o trilho
Eu sou o dedo e você é o meu gatilho.
*
O nosso jogo é perigoso, menina
Nós somos fogo
Nós somos
Nós somos fogo e gasolina
*
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gás.
*
Eu sou a veia e você é a agulha
Eu sou o gás e você é a fagulha
Eu sou o fogo e você é a gasolina
Eu sou a pólvora e você a mina.
*
O nosso jogo perigoso combina
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gasolina.
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